Elevador e minishopping em estação de Bonsucesso

O Dia - 21/08/2010


Integração com o Teleférico do Alemão transformará o terminal de trem, que vai ganhar elevador, jardins e quiosques. A passagem a moradores não passará de R$ 1

POR THIAGO FERES
Rio - O terminal de transferência do Teleférico do Complexo do Alemão está transformando a Estação Bonsucesso da SuperVia, que pode ganhar até minishopping com direito a elevador e escadas rolantes. As obras de ampliação da gare estão adiantadas e serão entregues em três meses. A nova estação terá dois andares, área de lazer com quiosques e jardins de inverno. Mês que vem já devem começar os testes das gôndolas. O novo meio de transporte está previsto para funcionar em dezembro.
Foto: Deisi Rezende / Agência O
 Dia
Nilcéa (E) adorou o conforto; Patrícia se surpreendeu com tamanho do espaço interno | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
O teleférico terá tarifa diferenciada para moradores e quem de quem não mora no Rio, conforme anunciou o presidente da Empresa de Obras Públicas (Emop), Ícaro Moreno. A previsão é que a passagem custe entre R$ 0,50 e R$ 1 para quem vive nas comunidades. No entanto, ainda não há preço fixado para visitantes. “Estamos estudando de que forma isso será feito e um valor justo”, revelou Ícaro.

O presidente da Emop quer manter a nova estação movimentada o dia todo. Além da possibilidade de o espaço abrigar lojas, Ícaro pretende instalar caixas eletrônicos. Também em Bonsucesso funcionará a oficina de manutenção das 152 gôndolas que circularão nos cabos. E, a exemplo das paradas no meio do Alemão, o terminal de Bonsucesso ainda terá painéis desenhados por moradores. “A programação visual também ajudará no processo de integração com as comunidades”, contou.

O horário de funcionamento deve ser o mesmo do terminal ferroviário de Bonsucesso — das 5h às 22h30 (dias úteis). O cabeamento definitivo, responsável por segurar as gôndolas, já foi instalado em dois trechos: Bonsucesso-Morro do Adeus e Morro do Adeus-Baiana. “A partir da próxima semana, instalaremos uma lona tensionada branca de polietileno sobre a estação do Morro do Adeus. Todos os terminais receberão coberturas”, adiantou.
Foto: Divulgação
Projeções da Emop mostram como ficará a nova estação de trem de Bonsucesso, com a parada do teleférico no segundo andar e escadas rolantes para facilitar o acesso de passageiros | Foto: Divulgação
O teleférico contará com estações nas seguintes comunidades: Morro do Adeus, Baiana, Morro do Alemão, Itararé e Fazendinha. As obras fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com investimentos que alcançaram R$ 603 milhões.
Gôndolas do teleférico são aprovadas

Moradores do Alemão conheceram e gostaram das gôndolas do teleférico. A convite de O DIA, três deles entraram no equipamento — com capacidade para 10 pessoas, oito delas sentadas. “Achei bem confortáveis os assentos estofados”, avaliou Nilcéa da Conceição, 46, da Associação de Moradores do Adeus.

“Olhando de fora parece menor. Difícil será encarar essa cabine lá em cima”, brincou a moradora Patrícia do Nascimento, 31, há 15 anos no Alemão.

As cabines contarão com rádio de comunicação interligado a uma central para casos de emergência. O auxiliar de almoxarifado e morador do Morro do Alemão Reginaldo Alencar, 45, também aprovou as gôndolas. “Sentirei muito orgulho por ter trabalhado na obra quando tudo estiver pronto e funcionando. Nota 10 para o acabamento da cabine”, opinou.

Bilhete de graça em troca de lixo reciclável


É também na estação de Bonsucesso que deve funcionar o núcleo para troca de lixo reciclável por passagem do teleférico. O projeto está em estudo.

Um contrato de 6 meses — prorrogável por mais seis — será assinado entre o estado e a Empresa de Transporte Masivo del Valle de Aburrá terça-feira. O grupo colombiano coordenará o início da operação do teleférico e capacitará os profissionais.
Foto: Divulgação
A nova estação de Bonsucesso vai ficar pronta em três meses: teste com as gôndolas começa mês que vem | Foto: Divulgação
O teleférico é inspirado no Metrocable, instalado em favela de Medellín, na Colômbia. Após a capacitação, a operação passará a ser feita pela SuperVia.