Obra do Teleférico da Providência foi concluída mas não há quem opere o sistema

17/03/2013 - O Extra

Teleférico do Morro da Providência, sem funcionamento após sua construção

Estampada repetidas vezes na parede da antiga Praça Américo Brum, no alto do Morro da Providência, a expressão "Meu sonho é..." traduz o que moradores da comunidade sentem em relação ao Teleférico da Providência. Pronto há 10 meses, o transporte que prometia facilitar a vida de quem mora no alto do morro continua longe de ser realidade.

Com ligação aérea da Central do Brasil até a Cidade do Samba, o sistema ainda não entrou em operação, e segue sem data de inauguração. Os testes já foram feitos, mas a prefeitura, responsável pela obra, limita-se a afirmar que ainda estuda quem vai operar o teleférico.

A aposentada Deolinda Pereira, de 79 anos, acompanhou a obra da janela. Duas vezes por dia, ela encara os mais de 100m de ladeiras íngremes da favela e, por isso, aguarda com ansiedade a inauguração do sistema.

— Costumo ir muito lá embaixo. Hoje, só uma Kombi faz esse trajeto. Se o teleférico já estivesse funcionando, certamente eu usaria sem medo — imagina.
Enquanto a obra, que custou R$ 75 milhões, não funciona, o tempo danifica o equipamento. A estação ao lado da Cidade do Samba está com as cinco lojas vazias. A da Central do Brasil, virou abrigo de mendigos e usuários de crack, segundo relatos de quem passa pela região.

— Tiraram o camelódromo e ninguém fez nada. À noite, fica cheio de mendigos e usuários de crack por aqui. Todo mundo reclama dos assaltos — disse Marcos Eugênio de Freitas, de 45 anos.

Com 721 metros de extensão, o teleférico tem capacidade para transportar até mil pessoas por hora. O trajeto entre as três estações será feito em cinco minutos. A expectativa é de que os moradores tenham direito a duas passagens gratuitas por dia.

— O teleférico seria útil demais para os moradores mais idosos. Estamos na espera — cobra o entregador Pedro de Oliveira Cardoso

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