27/04/2025 - ES Fala
A proposta de implantação de linhas de teleférico na Grande Vitória, apresentada recentemente em estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Ministério das Cidades, mostra que soluções criativas de mobilidade podem transformar a realidade urbana, especialmente em regiões de relevo acidentado. A ideia, que prevê conectar pontos estratégicos de Vitória e Vila Velha de forma rápida e sustentável, é um exemplo que poderia ser adaptado para outras cidades capixabas, como Colatina.
Conhecida por sua geografia montanhosa, com bairros separados por morros e pelo Rio Doce, Colatina enfrenta desafios diários de mobilidade. Em muitas regiões, a circulação de veículos pesados e o deslocamento de moradores são prejudicados pela topografia irregular. Neste cenário, iniciativas como o teleférico surgem como alternativas modernas e sustentáveis para melhorar a integração urbana e encurtar distâncias.
O teleférico, além de ser um meio de transporte eficiente para áreas de difícil acesso, também tem potencial para impulsionar o turismo e gerar novas oportunidades econômicas. Em Colatina, essa solução poderia ser ainda mais estratégica: além de conectar pontos turísticos, como o Cristo Redentor, o teleférico também facilitaria o deslocamento diário da população, especialmente entre regiões separadas pelo relevo acidentado. Assim, o projeto uniria mobilidade urbana e desenvolvimento turístico, trazendo benefícios diretos para os moradores e para a economia local.
Cidades latino-americanas como Medellín, na Colômbia, são referências nesse modelo. Lá, o teleférico deixou de ser apenas uma atração turística para se tornar parte essencial da mobilidade urbana, principalmente em bairros afastados e de relevo desafiador. No Brasil, modelos semelhantes começam a ganhar espaço em estudos e propostas de integração de modais, especialmente em regiões metropolitanas.
Iniciativas como essas mostram que inovação não deve ser exclusividade das grandes capitais. Com planejamento, parcerias e estudo de viabilidade técnica e econômica, cidades de médio porte como Colatina também podem investir em soluções modernas que respeitem suas características geográficas, melhorem a qualidade de vida da população e incentivem o crescimento econômico sustentável.
EX-PREFEITO DILO BINDA VIA OS TELEFÉRICOS COMO FUNDAMENTAIS
Muito antes de se falar em modernização do transporte urbano no Espírito Santo, o ex-prefeito de Colatina, Dr. Dilo Binda, já sonhava alto. Reconhecido por seu espírito visionário, Dr. Dilo, que governou o município em tempos de grandes desafios, defendia que a cidade precisava se preparar para o futuro com soluções inovadoras.
Após a construção da Santa Casa de Misericórdia de Colatina, uma das maiores obras história do município e que exigiu significativo investimento dos cofres municipais, Dr. Dilo dizia, em conversas públicas e com colaboradores mais próximos, que seu próximo grande projeto seria implantar teleféricos na cidade.
Ele justificava essa ideia com uma previsão que, hoje, se mostra extremamente acertada:
“Em 20 anos, o trânsito de Colatina será caótico e o transporte público, insuficiente para atender a todos com qualidade”, dizia o ex-prefeito.
A visão de Dr. Dilo Binda era de que, com o crescimento populacional e a expansão urbana desordenada, Colatina enfrentaria sérios problemas de mobilidade. Os teleféricos, segundo ele, seriam uma alternativa eficiente, sustentável e inovadora para conectar bairros separados pelo relevo acidentado da cidade, além de impulsionar o turismo, ligando pontos históricos e religiosos como o Cristo Redentor e diversos mirantes naturais.
Mais de duas décadas depois, o cenário previsto por Dr. Dilo concretizou: Colatina enfrenta congestionamentos em horários de pico e a necessidade urgente de modernizar seu sistema de transporte público. A ideia dos teleféricos, que parecia ousada na época, hoje é debatida e implantada em diversas cidades do mundo como solução para vencer barreiras geográficas e melhorar a qualidade de vida urbana.
O sonho de Dr. Dilo Binda permanece como um lembrete de que pensar à frente do seu tempo é essencial para transformar realidades. E talvez, agora, seja o momento de Colatina revisitar essa visão e dar novos passos rumo a um futuro mais moderno e conectado.